sábado, 3 de abril de 2010

Danger: do not open

As coisas se transformam em vitesses várias. A paisagem traz, embutida, a ideia de transformação. Olhe em redor, e a verá dinâmica, irrequieta.
O mover agônico e, diria, aleatório das pessoas que buscam uma auto(hetero)realização... rostos cujas faces, em uma expressão moai e tremores quase brownianos, fogem de si mesmos paa encontrarem-se consigo. por onde se olha, há paradoxos bípedes que esperam não ver o mover da roda de Hécuba. Mediocres e metamórficos, cujo terror maior não são os males em si, mas o que está(va) encerrado na caixa... não, Pandora... tarde demais: a agonia da espera parece escapar pela fresta, e a roda range no pensamento antes do fato.
Tudo se move, e nosso temor revela nossa impotência frente à astase universal.

vitesse- velocidade

moai- estátuas de pedra em formato de cabeças encontradas na Ilha de Páscoa, Chile
movimento browniano- movimento aleatório provocado pela agitação térmica das moléculas

Hécuba- na mitologia grega, esposa de Príamo e mãe de 19 filhos, entre eles Heitor, Cassandra e Páris. Viu a morte de seu marido e quase todos seus filhos, vendida como escrava, cegou a Poliméstor, que matara sua família, e matou-lhe 2 dos seus filhos. Ao ser apedrejada, mordeu aos que a apedrejavam.

Roda de Hécuba- citação a Carmina Burana, compêndio de poemas medievais em latim e alemão antigo que fora musicado por Carl Orff. O trecho referido é do segundo movimento, fortune plango vulnera:

Rex sedet in vertice
Caveat ruinam
Nam sub axe legimus
Hecubam reginam

(O rei se assenta no vértice/cuidado com a ruina/ pois no eixo(da roda) lemos / Rainha Hécuba)

espero que tenham gostado do texto

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