(reflexões sobre uma lua bela e impercepta, no dia do jogo fluminense X ldu)
Era noite clara, mais uma noite ordinária entre tantas, daquelas em que não parece haver nada que realmente mereça atenção. Estudantes às suas casas, torcedores ao estádio... enfim, nada importante. Deixei os portões da faculdade, passei sem ser notado por uma massa de torcedores, apenas paisagem para mim. Foi quando, em seu canto logo acima de árvores e prédios misturados, a La se revelou tímida, porém inquietante. Inquietante talvez por seu ar rústico e avermelhado, ou talvez por ninguém mais dar-lhe atenção. Sua cor se mostrava em um dégradé de alaranjado, como que suja da argila do cerrado do planalto central, e a difração imposta a seu reflexo pela atmosfera a tornava maior e mais intrigante. Pude notar pequenos pontos, crateras imensas que, àquela distância não passavam de débeis manchas de penumbra.
Todos vão às suas casas. Continuarão normalmente suas vidas, sem que este momento efêmero sequer lhes faça falta. A Lua deixará seu palco, sem aplausos, sem críticas. E o momento se esvai, deixando marcas somente no papel, na caneta e na alma do solitário espectador.
(definição de efeméride na wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Efem%C3%A9ride
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